segunda-feira, 29 de março de 2010

Ensinar X Não ensinar gramática: ainda cabe essa questão?

Carlos Alberto Faraco
Professor Titular (aposentado) de Linguística da Universidade Federal do Paraná

1.Quais são as raízes históricas que explicam a presença do ensino da gramática formal nas escolas brasileiras?
2. Como o autor responde ao título hamletiano “Ensinar X Não ensinar gramática: ainda cabe a questão"?
Ao longo de pelo menos vinte séculos, desde que os gregos - e depois os romanos - conceituaram gramática como a arte do uso correto da língua, quando se fala em gramática logo se pensa em um conjunto de ensinamentos sobre a maneira correta de falar e escrever uma língua. Por isso, não é tão simples assim sintetizar todo esse percurso e as transformações que a língua sofreu desde a antiguidade neste espaço virtual.
A gramática nasceu de um lado, como uma regra; um modelo de língua e, por outro lado, completando-a, a retórica, como um conjunto de preceitos para tornar a palavra uma maneira de convencer, de persuadir e de seduzir o interlocutor.

Não há dúvida de que os gregos e os romanos produziram um saber sobre a linguagem que não podemos menosprezar e que poderíamos resumir em três aspectos:
a) constituíram um vocabulário para se falar sobre a língua (o que hoje chamamos de metalinguagem) que continua circulando entre nós
(por exemplo, na organização dos dicionários);
b) formularam grandes perguntas sobre a linguagem humana, muitas das quais continuam bem presentes nas nossas especulações lingüísticas e filosóficas modernas;
c) sistematizaram três grandes direções para o estudo da língua que ainda hoje caracterizam alguns dos nossos modos de investigação da língua.

(FARACO, 2006, p. 18)

É no final do século XV, que a situação estava mais madura para os estudos das línguas vernáculas, quando vem a necessidade de se sistematizar uma descrição dessas línguas e de registrar uma referência normativa, que atendesse aos objetivos de unificação linguística trazidos pela criação dos novos Estados unificados. Essas línguas, principalmente o português e o castelhano, apareciam como línguas imperiais e isso favorecia os movimentos unificadores.

Os gramáticos trouxeram como modelo de descrição das línguas vernáculas as antigas gramáticas latinas, principalmente a de Prisciano, modelo bem enraizado entre nós.

Todo esse esforço tinha como objetivo contribuir para fixar um padrão de língua.

" O estudo da língua entre os gregos e os romanos visava primordialmente o domínio das habilidades de certos tipos de fala e de escrita". Portanto, estudar gramática deveria contribuir para o desenvolvimento daquelas habilidades vistas como ideais a serem cultivados. "Desse modo, ela não era uma matéria que se esgotava em si mesma: não se tratava de estudar a gramática pela gramática, mas de refletir sobre a estrutura da língua, sobre os padrões sociais de correção e sobre os recursos retóricos com vistas a melhor manejar a fala e a escrita."

No Brasil, o modelo medieval do ensino da língua veio com os jesuítas no século XVI embasado em um modelo elitista e artificial do ensino da língua materna. De lá para cá, a gramática tradicional prevalece e a escola continua a ensinar no século XXI uma norma padrão artificial, que se denominou a forma correta de escrever e falar.

"Dentre os mecanismos de imposição da norma cultuada, encontra-se a escola. Está nela entranhada uma verdadeira neurose normativista, além de um arraigado compromisso com a gramatiquice." (FARACO, 2006, p. 23)
Não se trata, porém, de abondonar a gramática, ou menosprezá-la, mas o ensino da língua deve ocorrer de modo reflexivo, levando o aluno a diversos materiais escritos , partindo sempre do texto trabalhado e garantindo a progressiva aquisição de recursos que permitam ampliar sua competência leitora e escritora. nesse sentido, o ensino da língua acompanha atividades de observação, do levantamento de hipóteses e de inferências. Sempre em contextos significativos, onde o aprendiz é incentivado a conhecer e a dominar o sistema da escrita. "O lema aqui deve ser: reflexão gramatical sem gramatiquice e estudo da norma padrão sem normativismo."

domingo, 28 de março de 2010

SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES (OU PROJETOS) PARA TÍTULOS SELECIONADOS PARA LEITURA COMPARTILHADA / AUTÔNOMA

  • Título do livro: O Gênio do Crime
    Autor: João Carlos Marinho
    Editora: Global
    Professora: Veronice Leal – 5º ano do EF1
    Tempo previsto: 1 trimestre
  • Resenha: "O Gênio do Crime é o livro que inaugurou a turma do gordo. Seu Tomé é um homem bom, proprietário de uma fábrica de figurinhas de futebol. Existem as fáceis e as difíceis, fabricadas em menor quantidade. Quem enche o álbum ganha prêmios realmente bons.
    Mas surge uma fábrica clandestina que fabrica as figurinhas difíceis e as vende livremente. O número de álbuns cheios aumenta e seu Tomé não tem mais capacidade de dar todos os prêmios. Há uma revolta, as crianças querem quebrar a fábrica. Edmundo, Pituca e Bolachão, e mais adiante, Berenice, entram em cena para descobrir a fábrica clandestina. Acontece que não se trata de simples bandidos. A quadrilha é chefiada por um gênio do crime. A cabeça do Gordo é posta para pensar, travando-se um espetacular duelo de inteligências, que começa pelo incrível sistema de seguir pelo avesso."
Fonte: Editora Global , acesso em: 28/03/2010
  • Produto final: Atividade de Retextualização - Produzir um novo livro transformando a narrativa de João Carlos Marinho em uma História em Quadrinhos.
  • Expectativas de aprendizagem:
    Linguagem escrita / Leitura:

* Relacionar o gênero ao seu contexto de produção (interlocutores, finalidade, lugar e momento em que se dá a interação) e suporte de circulação original (objetos elaborados especialmente para a escrita, como livros, revistas, papéis administrativos, periódicos, documentos em geral).

* Estabelecer conexões entre o texto e os conhecimentos prévios, vivências, crenças e valores.

* Estabelecer a relação entre o título ou subtítulos e o corpo do texto.

* Recuperar informações explícitas.

* Recuperar as características que compõem a descrição de objetos, fenômenos, cenários, épocas, pessoas / personagens.

* Inferir o sentido de palavras ou expressões a partir do contexto ou selecionar a acepção mais adequada em verbete de dicionário ou de enciclopédia.

* Articular os episódios narrados em sequência temporal para estabelecer a coesão.

* Descrever personagens e identificar o ponto de vista do narrador, reconhecendo suas funções na narrativa.

* Trocar impressões com outros leitores a respeito do texto lido.

Materiais necessários:
O Gênio do Crime - João Carlos Marinho - Ed. Global
PPS - Quem é o autor?
Outros livros do mesmo autor com a Turma do Gordo: Assassinato na Literatura Infantil, Sangue Fresco e Berenice Detetive.
Pesquisa sobre acontecimentos importantes, no ano de 1969 (época da história do livro).
  • Bibliografia para o professor:

Ler e Compreender - os sentidos do texto - Ingedore Villaça Kock e Vanda Maria Elias, Ed. Contexto.
Estratégias de leitura – Isabel Solé – Ed. Artmed
Biografia do Autor -
Site da Ed. Global:

http://www.globaleditora.com.br/Loader.aspxucontrol=bWVudUhvbWUsZmljaGFMaXZybw==&livroID=3678

  • DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES:
    Antes da leitura: Apresentação da obra, do autor e instigar a curiosidade do aluno.

  • Você sabia que...
    O Gênio do crime, o primeiro de tantos outros livros do escritor João Carlos Marinho, nascido no Rio de Janeiro em 1935, foi lançado em 1969, sem tarde de autógrafos, sem publicidade ou cobertura da mídia. E rapidamente despertou entusiasmo e paixão nas crianças e jovens e, depois disso, edições e edições se sucederam?
  • Você sabia que...
    Nesses quase quarenta anos de publicação, o talentoso escritor João Carlos Marinho ainda fascina muitos e muitos leitores com a intrigante história de O Gênio do crime? E já se tornou rotina para o autor encontrar crianças com edições antigas nas mãos porque o pai ou a mãe leram também quando eram pequenos. São os filhos e netos d’O Gênio do crime. Os bisnetos também estão chegando.
  • Você sabia que...
    O Gênio do crime inaugurou as aventuras de uma turma que ficou muito famosa – a Turma do Gordo. E nasceu, assim, com essa turma, uma série de histórias com todos os ingredientes das narrativas policiais, aquelas que a gente lê e nem respira : mistério, suspense, enigmas, vítimas, suspeitos, detetives, bandidos...?
  • Você sabia que...
    João Carlos Marinho publicou ao todo 12 livros sobre Turma do Gordo?
    Pois é, quanta coisa você ficou sabendo! Porém, há muito mais para saber.

Fonte: Editora Global

  • Após a entrega dos livros realizar a Leitura compartilhada dos três primeiros capítulos.
  • Durante a leitura:

Durante a leitura autônoma ou compartilhada confirmar as expectativas iniciais.
Durante a leitura dos capítulos iniciais, pedir aos alunos que transcrevam no caderno três acontecimentos importantes da história.

Recuperar oralmente o enredo da narrativa. Quem está contando esta história é um narrador observador ou participa dela? Quem foi o "Rivelino", a figurinha tão necessária para Edmundo completar seu álbum?

A história foi escrita em 1969. Que fatos históricos apresentados no livro remetem a essa época? Faça o papel do detetive e encontre-os.

A Turma do Gordo é formada por crianças muito parecidas com garotos e garotas de sua idade. Encontre trechos da narrativa, que mostrem as ações de Eduardo, Pituca, Bolacha e Berenice. A partir dos trechos selecionados, trace o perfil de cada um.

Os capítulos têm números, mas não possuem títulos. Sua tarefa é selecionar quatro capítulos e dar-lhes um título adequado, ou seja, coerente com os acontecimentos apresentados.

Um adulto veio pedir auxílio a uma criança!....Seu Tomé surge no capítulo 3, pois queria que Edmundo desvendasse a fábrica clandestina de figurinhas. Isso é comum?... Por que, então, seu Tomé agiu assim? Que tal "bolar um plano estratégico" para entregar ao Edmundo?...Use sua criatividade e utilizando imagens e textos verbais construa o "Plano de Ação" para desvendar este mistério.
Qual é a relação dos meninos com Mister John Smith Peter Tony? Explique com suas palavras.
Atenção! Você será o ilustrador de um fato significativo desta história. A partir da descrição do plano “o reverso do revirado’’ - capítulos 20 a 22 - criado por Bolacha para seguir o cambista, represente-o com uma ilustração.
Afinal, essa é uma história comum? Por quê?...
  • Depois da leitura:
Hoje em dia, encontramos muitas versões de uma mesma história, não é?...Por exemplo, o filme Crepúsculo, bastante conhecido por vocês, foi baseado em um livro de mesmo título. O Mistério da Feiurinha é um livro de Pedro Bandeira, que está nos cinemas. Alguém saberia dizer o nome de outras histórias, que receberam uma "repaginada", uma outra formatação?
Pois bem, sua tarefa será a seguinte: produza uma versão em quadrinhos para O Gênio do Crime. Para isso, vocês formarão equipes, onde haverá o ilustrador, o diagramador, o revisor, o roteirista... Cada um terá uma função no grupo. Mãos à obra!

segunda-feira, 15 de março de 2010

NO RUSH, CARRO ESTÁ TÃO VELOZ QUANTO GALINHA

São Paulo, sexta-feira, 05 de março de 2010


No rush, carro está tão veloz quanto galinha
Velocidade média no pico da tarde em SP passou de 18 km/h para 15 km/h em um ano, segundo relatório da CET concluído em fevereiro
No pico da manhã, velocidade também caiu; principal explicação é a expansão da frota - em 2009, SP ganhou mais de 335 mil veículos
ALENCAR IZIDORO
EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
Fonte: http://civilidadetipica.files.wordpress.com/2009/11/transito1.jpg

A velocidade média do trânsito na cidade de São Paulo caiu no ano passado. No pico da tarde (17h às 20h), passou de 18 km/h em 2008 para 15 km/h.
Na prática, os veículos têm circulado no rush mais devagar do que um corredor campeão da São Silvestre e num ritmo tão lento que se assemelha ao que uma galinha pode atingir.
Os números de redução da velocidade na capital constam do "Relatório de Atividades Operacionais" da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), concluído em fevereiro.
No pico da manhã (7h às 10h), os veículos circularam a 29,75 km/h na média das principais avenidas da cidade aferidas pela companhia -queda de 4% em relação aos 31 km/h do ano anterior. No pico da tarde, a queda foi de 16%.
Os resultados foram verificados mesmo após medidas mais severas e polêmicas de limitação ao tráfego de veículos em São Paulo de dois anos para cá.
Em 2008, a gestão Gilberto Kassab (DEM) ampliou a restrição aos caminhões e, em 2009, aos ônibus fretados -nesse caso, recebendo críticas pelo risco de migração dos usuários para os carros.
Nos últimos dois anos, também houve a retirada de vagas de estacionamento da via pública em diversos bairros, para melhorar a fluidez do trânsito.
A principal explicação para a queda da velocidade é a expansão da frota. Só no ano passado, a cidade ganhou mais de 335 mil veículos, quase mil por dia. Para amortizar os impactos seria necessário construir uma avenida como a Paulista por semana -solução considerada impossível por especialistas.

Interdições e chuva
A CET defende a eficácia das restrições aos caminhões e aos fretados e relativiza os dados que mostram que os veículos passaram a andar mais devagar.
Ela avalia que a redução da velocidade foi influenciada por fatores como as novas interdições no trânsito (devido às obras do metrô e da marginal Tietê) e a elevação de 20% nas interferências (quebra de carros e caminhões, por exemplo).
Cita também os impactos do "aumento excepcional" no volume de chuva (alta de 42% no índice de precipitação pluviométrica). Essa explicação, aliás, é citada como justificativa para a queda ter sido mais acentuada no pico da tarde.
A CET exalta os resultados de outro parâmetro de avaliação: a quantidade de quilômetros de congestionamentos nos 835 km de vias monitoradas.
Isso significa que, nas medições da CET, a quantidade de ruas e avenidas com trânsito parado nos horários mais críticos diminuiu, embora os motoristas estejam circulando a uma velocidade média mais baixa.
Os cálculos de velocidade são baseados em dez medições diárias, em frente a 27 PACs (Postos Avançados de Campo), dos 31 que existem na cidade. Ao todo, 18,2 km são monitorados.
A partir do mês que vem, especialistas esperam uma melhoria no trânsito devido a inaugurações de três empreendimentos de grande porte: a alça sul do Rodoanel, a primeira fase da ampliação da marginal Tietê e a linha 4 do metrô.

  • Postar cinco questões, uma para cada um dos cinco processos básicos associados à compreensão do texto avaliados pelo PISA:
    * Recuperação da informação
  • rush
    O Dicionário Houaiss apresenta a definição para rush:
    {verbete}
    Acepções
    ■ substantivo masculino
    1 esforço final, aceleração de um corredor no final da competição
    2 afluxo brusco de uma grande quantidade de veículos
    3 grande afluência coletiva que visa obter uma finalidade; corrida
    4 Rubrica: cinema.
    material fragmentário rodado diariamente durante uma filmagem e encaminhado ao laboratório para revelação; tomada diária (us. no pl.)
    Etimologia
    ing. rush (sXIV) 'movimento violento para a frente; arrancada, corrida; ímpeto; afluência, afluxo; agitação', do v. (to) rush 'apressar-se, correr'
    1. No título da reportagem a palavra "rush" é usada em qual dos sentidos?
    * Formação de uma comprensão ampla e geral
  • 2. Qual é a finalidade da matéria ao comparar a velocidade do carro, em horário de rush, com a da galinha?
    * Desenvolvimento de uma interpretação
  • 3. Quais são os argumentos usados pela CET, presentes no texto, que confirmam o assunto principal da reportagem?
    * Reflexão e avaliação do contexto do texto
  • 4. "A principal explicação para a queda da velocidade é a expansão da frota." Você concorda com essa afirmação? Por quê?
    * Reflexão e/ou avaliação da forma do texto.
  • 5. Os jornalistas consultam órgãos competentes e especialistas para validar as informações apresentadas em notícias e reportagens. Porém, nesta, não há depoimentos dos motoristas, aqueles que mais "sofrem" com o trânsito lento da cidade. Que tal você ser o responsável por isso? Colete opiniões de algumas pessoas, que costumam utilizar veículos diariamente. Acrescente outro subtítulo para a reportagem e escreva um trecho a partir destas novas informações.

terça-feira, 9 de março de 2010

AGRUPAMENTOS DE GÊNEROS TEXTUAIS EM PROPOSTAS CURRICULARES

Analisando as Orientações Curriculares do Estado de São Paulo e as Orientações Curriculares do Ciclo I proposta pela prefeitura de São Paulo, ambas na área de Língua Portuguesa, foi possível localizar os seguintes agrupamentos em relação à seleção de Gêneros:
  • No documento do Estado, as expectativas de aprendizagem contemplam a necessidade de os alunos lerem diferentes textos adequando-os a diferentes propósitos de acordo com as características dos diversos gêneros, embora não os especifique neste item;

  • O mesmo documento ao mencionar as expectativas de aprendizagem ao final da primeira série do Ciclo I, descreve quais os gêneros, que se espera ler com a ajuda do professor: "textos narrativos literários, textos instrucionais, textos de divulgação científica e notícias". Este agrupamento de escolhas discursivas assemelha-se ao critério de Dolz & Scheneuwly, uma vez que estão na ordem do narrar, instruir, expor e do relatar.
  • No eixo da escrita, as orientações curriculares do Estado também apontam para os gêneros, a saber : parlendas, adivinhas, poemas, canções, trava-línguas.

  • Observa-se na análise e reflexão sobre a língua preocupação do "uso da pontuação nos diferentes gêneros (ex: comparar contos e reportagens)", ou seja, a noção dos gêneros prevalece mais uma vez.

  • Na produção de textos encontra-se a seguinte preocupação com os gêneros: "planejar o que vai escrever considerando a intencionalidade, o interlocutor, o portador e as características do gênero". Portanto, até aqui não se vê a intenção explícita do desdobramento dos gêneros nas esferas e na ordem do discurso predominante.

  • Nas Orientações Curriculares / Proposição de Expectativas de Aprendizagem os gêneros estão agrupados de acordo com as práticas de linguagem presentes nas esferas de circulação de textos, além disso, consideram as modalidades orais e escritas. Entendo, desta forma, que este documento organiza as atividades com os gêneros de um modo muito mais abrangente, auxiliando a compreensão e a escrita dos textos conforme as necessidades e possibilidades dos alunos.

domingo, 20 de setembro de 2009

Resenhas em jornais

Vamos ver (e ler) algumas resenhas veiculadas em jornais de grande circulação?...

Selecionei três dirigidas para o público adulto - dois filmes e um livro- e outra para crianças.


Confiram:
'A Verdade Nua e Crua' tenta fazer humor com machismo
Katherine Heigl, forte candidata a rainha de comédias românticas, divide a cena com Gerard Butler, de '300'

SÃO PAULO - Comédias românticas parecem existir desde quando o mundo é mundo, por isso andam tão desgastadas e previsíveis. A Verdade Nua e Crua, que estreia em todo o Brasil na sexta-feira, pode não ser o fundo do poço, mas é mais um prego colocado no caixão do gênero que parece dar seus últimos suspiros.
Estão longe os tempos em que comédia romântica combinava charme com sagacidade. As décadas de 1930 e 1940, com filmes como Levada da Breca e Jejum de Amor, apontavam um futuro feliz para o gênero que, nos anos de 1980 e 1990, ainda parecia saudável. Hollywood fazia filmes como Harry e Sally - Feitos um Para o Outro.
A primeira década do século 21 se aproxima do fim e o que o cinema tem a oferecer, combinando humor e romance, atende por nomes como A Proposta, Vestida Para Casar e A Verdade Nua e Crua.
Todos são uma espécie de plágio requentado da fórmula de sempre. Os personagens são Ela e Ele. Muito diferentes, brigam feito cão e gato no primeiro ato do filme. Depois de uma trégua, percebem que podem ficar bem juntos. No final, um dos dois acaba voltando para o (a) ex, mas percebe que o grande amor de sua vida é aquela pessoa cujo nome vem junto do dela nos créditos do filme.
Em A Verdade Nua e Crua, ela é interpretada por Katherine Heigl (forte candidata ao posto da atual rainha das comédias românticas) e atende pelo nome de Abby. Produtora de televisão, trabalha demais e não tem nem tempo para encontrar um novo namorado. Essa função cabe à sua assistente (Bree Turner) que não apenas arma os encontros como dá dicas de como ela deve se comportar.
Ele é interpretado pelo escocês Gerard Butler (300), um sujeito boca suja e misógino que ganha a vida dando conselhos num programa de televisão de madrugada. Claro que a vida dos dois personagens vai se cruzar e eles vão brigar muito para depois perceberem que o filme será muito previsível.
Ele é contratado para trabalhar no programa que ela produz - um talkshow apresentado por um casal cinquentão, que dá conselhos sentimentais, culinários ou o que mais for preciso para subir a audiência.
Mike - esse é o nome do sujeito - bate de frente com Abby e logo é capaz de desvendá-la: solteira, sexualmente frustrada e a espera de um príncipe encantado, que existe e mora na casa ao lado. O acordo entre os dois inimigos é simples: Mike ajuda Abby a conquistar o rapaz e ela, em troca, o ajuda no programa de televisão, porque juntos podem elevar a audiência à estratosfera.
Curioso como, para Hollywood, uma mulher jamais é considerada bem sucedida se não tiver um homem ao seu lado. A satisfação profissional de nada vale se não existir um príncipe em sua cama para chamar de seu, mesmo que para isso ela precise adotar um comportamento grosseiro, vulgar e machista - afinal, quem tem o poder é o homem.
E é assim que Abby começa a agir para conquistar seu vizinho: fazendo tudo igual a Mike, desde o vocabulário até nas atitudes.
Roteirizado por três mulheres e dirigido por Robert Luketic (que fez bem melhor em Legalmente Loira), A Verdade Nua e Crua não chega a ser ofensivo, é apenas um filme que tenta fazer humor de fórmulas batidas combinadas com uma visão de mundo bastante machista.
Harry e Sally, por exemplo, é plagiado numa cena num restaurante quando Abby usa uma calcinha com vibrador acoplado e o controle-remoto cai nas mãos de uma criança. A reação da personagem a cada choque recebido pretende remeter à já clássica simulação de orgasmo de Meg Ryan, também num restaurante, no filme da década de 1980.
Mas o esforço de Katherine Heigl é vão. Nem tanto por culpa dela, mas por conta do próprio filme, no qual nem a baixaria consegue ser engraçada.
Se é para ser vulgar, que seja como "Se Beber Não Case" ou os filmes de Jude Apatow ("Ligeiramente Grávidos", "O Virgem de 40 Anos"), que pelo menos extraem humor da baixaria, sem a pretensão de serem levados à sério. Não que "A Verdade Nua e Crua" tente se levar a sério, mas também não diverte -- apenas constrange.


(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)

Fonte: O Estado de São Paulo, Caderno 2, cinema.
http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,a-verdade-nua-e-crua-tenta-fazer-humor-com-machismo,436613,0.htm
Acesso em : 20/09/2009



Imprensa Oficial lança "O quadrado amarelo"


"O quadrado amarelo", o novo livro do poeta, ensaísta, memorialista, historiador, diplomata e membro da Academia Brasileira de Letras, Alberto da Costa e Silva, reúne ensaios criteriosamente classificados em quatro blocos com os sugestivos títulos: Formas de olhar, Modos de ler, Palavra e canto e O dia de ontem, remetendo respectivamente à literatura, pintura e poesia, e por último, às suas evocações mais recentes de lugares em que viveu.
A Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, editora do livro, na gestão do diretor-presidente Hubert Alquéres transformou-se em editora de sucesso, com sua excelência gráfica e editorial reconhecida no Brasil e no mundo, tendo recebido 27 Prêmios Jabuti, o mais importante prêmio do mercado editorial brasileiro e 4 Prêmios da Printing Industries of Americas (PIA), a mais conceituada entidade gráfica mundial.

Fonte:http://http//mais.uol.com.br/view/tr6ne4hx6hpm/imprensa-oficial-lanca-o-quadrado-amarelo-04023066CC812366?types=A&

Acesso em: 20/09/2009

Crítica/DVD/"As Aventuras de Oswald, o Coelho Sortudo"

Antes de Mickey, Disney investiu em coelho surtado
Feito sob encomenda, personagem estrelava histórias de ação intensa e surreal

SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA

No princípio, era o coelho. Antes que Walt Disney (1901-1966) investisse em um camundongo as fichas de que dispunha em 1928 para virar a seu favor o jogo do então restrito mercado de animação nos Estados Unidos, outro personagem já havia lhe apontado o caminho das pedras e também as armadilhas espalhadas por ele.
Com o êxito da série de curtas protagonizada por Oswald, o Coelho Sortudo, desenvolvido por encomenda em pouco mais de duas semanas, em abril de 1927, Disney conseguira dar fôlego à empresa que mantinha com o irmão Roy e julgara que havia chegado a hora de triunfar em Hollywood.
O momento estava próximo, mas ainda não era aquele. Vítima de rasteira do produtor Charles Mintz, ele perdeu os direitos sobre Oswald e se viu obrigado a recomeçar do zero.
Mickey teria nascido na viagem, pautada pelo desejo de vingança, em que retornou de Nova York a Los Angeles depois dessa derrota.
Especialmente simbólico para o aprendizado artístico e comercial de quem ergueria em seguida um império, o episódio é reconstituído por Neal Gabler em "Walt Disney - O Triunfo da Imaginação Americana" (ed. Novo Século, 944 págs., R$ 89,90) e ganha contornos mais precisos com o lançamento do DVD duplo "As Aventuras de Oswald, o Coelho Sortudo".
Anárquico
A coletânea reúne 13 curtas produzidos entre 1927 e 1928, restaurados a partir de diversas fontes desde que os direitos sobre o personagem retornaram ao grupo Disney, em fevereiro de 2006. Documentários, três curtas pré-Oswald (protagonizados pela menina Alice) e três pós-Oswald (dois deles já estrelados por Mickey Mouse) completam o pacote.
Mais do que sortudo, o protagonista parece um herói cômico surtado em histórias de ação intensa e surreal que contribuíram para enriquecer o universo da animação. Seu caráter inventivo e anárquico deve muito ao desenhista Ub Iwerks (1901-1971), que ficou ao lado de Disney para colher os frutos que viriam depois do coelho.
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AS AVENTURAS DE OSWALD, O COELHO SORTUDO

Distribuição: Disney
Quanto: R$ 39,90, em média
Classificação: livre
Avaliação: bom



Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2009200922.htm

Acesso em : 20/09/2009





Livro
Rapunzel estilosa
Nada de príncipe encantado em cavalo branco. Na história contada por Lynn Roberts ("Rapunzel"; ed. Nobel; R$ 39), Rapunzel gosta mesmo é de um roqueiro que anda de moto. O conto foi transferido para os anos 70, época em que os cabelos bem longos (mas não tanto quanto os de Rapunzel!) estavam na moda.
"É muito legal e diferente da Rapunzel que eu conhecia. Não tem torre. Ela mora em um prédio com um elevador que sempre quebra e sua tia tem que subir e descer pelas tranças de Rapunzel. As "figuras" são divertidas. A que eu mais gostei foi a da Rapunzel assistindo ao show do Roger [roqueiro, par romântico de Rapunzel], porque eles estão todos juntos sem a tia malvada."
ANA LUISA AURICCHIO MARI GARCIA, 7
Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/dicas/di19090902.htm

Acesso em: 20/09/2009

sábado, 19 de setembro de 2009

Blog de Resenhas

RESENHA EM 6 é o nome de um Blog, que como o próprio nome já diz, apresenta "Resenhas de filmes, CDs, DVDs, livros, shows, botecos, restaurantes e programas de TV: sem enrolação e em seis linhas ou menos".
Vale a pena conhecer como o gênero é trabalhado neste espaço. Clique na imagem:

Como elaborar uma resenha

Na busca virtual por informações sobre o gênero resenha, encontrei o "Guia de Produção Textual", elaborado pela PUCRS. Segue abaixo, a página do site. Basta clicar: